UMA NOVA LIÇÃO

UMA NOVA LIÇÃO

Alguma vez sonhou em voltar à escola apesar de não estar numa sala de aula há anos? Conheça cinco pessoas que estão a voltar aos livros e a encontrar um novo objetivo mais tarde na vida.


Susannah Hickling



Se pensa que só os jovens vão às aulas, fazem trabalhos e exames, talvez tenha algumas coisas a aprender. De acordo com as estatísticas mais recentes da União Europeia, em 2022 quase metade das pessoas com idades compreendidas entre os 25 e os 64 anos participaram em ações de educação ou formação nos doze meses anteriores. Mais de um terço tinha idades compreendidas entre os 55 e os 64 anos e a Suécia registava a percentagem mais elevada de alunos adultos da Europa – mais de 70%.

A aprendizagem online facilita o regresso à escola, ao passo que a reforma permite mais tempo para fazer o que sempre se quis. Segundo dados de 2019, na faixa etária dos 65 aos 74 anos 3% dos europeus participaram em ações de educação e formação nas quatro semanas anteriores.

Do outro lado do mundo, os adultos neozelandeses e australianos também são estudantes entusiastas, com mais de 50% entre os 25 e os 65 anos a retomarem os estudos, de acordo com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico.

Porquê este interesse em continuar a estudar? Algumas pessoas querem obter qualificações que não conseguiram quando eram mais jovens, outras querem melhorar as suas perspetivas de emprego ou mudar de carreira. Outras, ainda, fazem-no apenas para provar que são capazes.


Aqui estão cinco estudantes mais velhos que pegaram nas mochilas, encheram-se de coragem e voltaram à escola.


O melhor remédio


Lisa Österlund estava confusa. Habitualmente em forma e ativa, tinha dificuldade em nadar o comprimento da piscina local. «Não conseguia avançar», recorda a residente de Estocolmo, de 56 anos. «Não tinha força nos membros.» A sua confusão transformou-se em preocupação quando foi para a aula de spinning – não tinha força suficiente para mover as rodas da bicicleta.


O médico de Österlund diagnosticou-lhe a doença de Graves, uma doença autoimune que se caracteriza por a tiroide produzir hormonas em demasia.


A medicação devia tê-la posto de novo no bom caminho em dois meses, mas descobriu que era alérgica. Entretanto, a doença fez com que os seus olhos inchassem, tendo ficado com visão dupla. «Pensei que ia ficar cega», conta. Teve de se submeter a um tratamento exaustivo normalmente utilizado nos cuidados oncológicos, incluindo radioterapia, imunoterapia e quimioterapia. A quimioterapia, em particular, fê-la sentir-se exausta e com náuseas durante meses.

A doença não podia ter chegado em pior altura. Estávamos em 2017 e tinha acabado de conseguir o emprego dos seus sonhos como bibliotecária e investigadora de música para a empresa pública de radiodifusão sueca, Sveriges Radio Förvaltnings, combinando a sua experiência como musicóloga, jornalista e bibliotecária. Finalmente estou aqui!, pensou ela. É com este trabalho que vou terminar a minha carreira.

Mas Lisa Österlund não conseguia concentrar-se no trabalho. Os esteroides que tomava para a visão distorcida tornavam-na hiperativa, mas deixavam-na exausta. «Precisava de algo que me desse energia», explica, «por isso fiz o que faço sempre, fui para a universidade».


Österlund já tinha um bacharelato em Jornalismo e um mestrado em Biblioteconomia e Ciências da Informação. Tinha também o dom para as línguas e queria prosseguir a sua paixão pelo Francês. Viveu em Paris quando era jovem, trabalhou como au pair e empregada de mesa e estudou música, mas queria uma qualificação formal na língua. Em 2018, inscreveu-se num programa de quatro anos de licenciatura em Francês na Universidade de Estocolmo, continuando a trabalhar a tempo parcial na Sveriges Radio Förvaltnings.


«Ninguém me via como uma pessoa doente, ninguém me perguntava a idade ou o que tinha feito antes», diz. Na realidade, havia muitos estudantes mais velhos na universidade graças à política sueca de incentivo à aprendizagem ao longo da vida. «Estava tão interessada nos estudos que me esqueci da doença.»

A visão melhorou e, para espanto do médico, o seu estado de saúde estabilizou. Regressar à universidade foi «o tratamento diferente de que realmente precisava», explica Lisa. 


Como sabia que havia a possibilidade de a doença de Graves voltar a manifestar-se, quando surgiu a oportunidade de tirar um bacharelato em Tradução de Francês na Universidade de Lund, em paralelo com a licenciatura em Francês na Universidade de Estocolmo, agarrou-a de imediato. Os diplomas iriam permitir-lhe tornar-se tradutora freelance, o que lhe daria flexibilidade para trabalhar em função do estado da doença.

Lisa Österlund tinha esgotado todas as oportunidades de empréstimos para estudantes, pelo que ela e o marido, Jon, professor, hipotecaram a casa em 2021 para financiar os dois anos de estudos de tradução. Aos 52 anos, tirou uma licença para estudar e mudou-se para uma residência em Lund, 600 quilómetros a sudoeste de Estocolmo, com estudantes da mesma idade dos seus três filhos. Quando viu um aviso na cozinha onde se lia «A sua mãe não trabalha aqui» – um lembrete de que as pessoas tinham de limpar o que sujavam –, riu-se e pensou: Na verdade, sou uma mãe que trabalha aqui!

Agora, saudável e com duas qualificações em Francês, Österlund começou a traduzir livros franceses para sueco, enquanto continua a trabalhar na rádio pública. Isso seria suficiente para manter a maioria das pessoas ocupadas, mas ela não tem intenção de interromper os estudos. O governo sueco introduziu um plano em 2022 que permite aos adultos tirarem uma licença de estudo durante dois anos mantendo 80% do salário e, em 2023, Lisa inscreveu-se num mestrado em Literatura Francesa na Universidade de Estocolmo. Espera concluí-lo este ano.


«Estudar dá-nos a oportunidade de ver outras perspetivas, de conhecer outras pessoas – pessoas apaixonadas, pessoas que querem fazer algo», aconselha Lisa Österlund a outras pessoas que estejam a pensar em voltar a estudar. «Não somos os mesmos quando saímos da escola.»


Penso, logo estudo... 


Nick Axten tinha alguns assuntos inacabados. Quando era jovem, licenciou-se em Sociologia e Psicologia na Universidade de Leeds, no Reino Unido. Era a década de 1960 e Nick um estudante rebelde de cabelo comprido que se divertia com a animada cena musical da cidade universitária.


«Adorava-a absolutamente», recorda Nick Axten, agora com 78 anos e a viver em Wells, no Somerset. «Fui a muitas festas e sentava-me a falar sobre o mundo.» Inteligente, mas com um pensamento pouco ortodoxo – os professores enunciaram perguntas especialmente para ele no exame final de licenciatura –, Nick recebeu uma prestigiada bolsa Mellon e uma bolsa Fulbright em 1970 para fazer um doutoramento em Sociologia Matemática na Universidade de Pittsburgh, na Pensilvânia. «Era uma oferta que não podia recusar», refere Nick. Mas não resultou. Uma vez no outro lado do Atlântico, o seu casamento acabou, ficou com saudades de casa e, sobretudo, não gostou do curso.

«Arrependo-me de não o ter terminado», confessa. «Pagaram-me todo aquele dinheiro e senti que tinha desiludido toda a gente.»

De regresso ao Reino Unido, Nick Axten teve uma série de empregos diferentes, desde fazer molduras para quadros a trabalhos de construção civil e a tornar-se coordenador de Ciências numa escola primária local. Isto levou-o a escrever e editar um guia de estudo de Ciências com 35 volumes que os professores podiam utilizar para tornar a ciência acessível a crianças a partir dos 4 anos. Acabou por ser usado em todo o mundo.

Quando se reformou, em 2014, trabalhava como diretor de instalações de uma grande escola primária e dava explicações de Matemática e Ciências.


Nick Axten gostava de tudo, mas a necessidade de resolver as questões filosóficas levantadas pelos seus estudos em Pittsburgh nunca o deixaram. Como é que as pessoas fazem as coisas numa determinada situação? O que consideram importante? «Tudo isto estava sempre a passar-me pela cabeça», explica.


Outros pensamentos também o atormentavam: sentia-se culpado por ter abandonado o doutoramento nos Estados Unidos e tinha medo de «ser ultrapassado pela morte», como o pai, um historiador amador que nunca terminou um projeto de estimação sobre a história de uma antiga paróquia e da respetiva igreja, no qual trabalhou durante anos. Assim, em 2016, aos 69 anos, Axten inscreveu-se num curso de mestrado em Filosofia na vizinha Universidade de Bristol. No ano seguinte prosseguiu os estudos de Filosofia, frequentando outro doutoramento quase cinco décadas depois de ter começado o primeiro.


O septuagenário ia de autocarro de casa para as aulas. Durante a viagem de noventa minutos, contemplava a paisagem luxuriante e refletia nos enigmas filosóficos que o assombravam. Mas era das animadas discussões num pub perto da universidade com os outros estudantes licenciados, muito mais jovens, que Nick Axten realmente gostava, tal como havia feito cinquenta anos antes. «Sentávamo-nos no jardim e conversávamos, conversávamos e conversávamos», diz. «Não é fixe?»

A formatura de Nick Axten em 2023 foi um momento emocionante. A vê-lo receber o diploma de doutoramento das mãos do vice-reitor da universidade estavam a sua esposa na altura, Claire, e a enteada de 11 anos.

Agora que pode chamar a si próprio Dr. Axten, está impressionado com o muito que ganhou com os seus estudos mais tardios. «Aprendi muita coisa que não sabia. Enriqueceu imenso a minha vida.»


Uma nova carreira – aos 64 anos 


Quando Martine Aeschlimann decidiu ir para a universidade aos 60 anos, pediu a opinião ao seu filho, Cédric. Estávamos em 2016 e o jovem de 21 anos já estudava na Universidade de Genebra, onde estava prestes a matricular-se numa licenciatura em Psicologia.

«Incomodava-te?», perguntou ela.


«Não há problema», respondeu Cédric. Só havia uma ressalva: «Se me vires no corredor quando estiver com os meus amigos, não me digas “Olá!”»


Assim que Martine Aeschlimann começou, Cédric disse-lhe que os amigos estavam muito impressionados com o que ela estava a fazer. «Então, contaste-lhes?», perguntou, espantada e divertida com a mudança de atitude dele.


«Claro», respondeu-lhe o filho. Veio a revelar-se um grande apoio, acalmando os nervos da mãe antes dos exames e corrigindo um projeto de investigação para o mestrado que ela acabou por concluir depois de ter passado o primeiro grau com distinção.


Martine Aeschlimann dava-se bem com os outros alunos apesar de ser a mais velha da turma. Ficou surpreendida quando um professor, que só tinha visto dar aulas num auditório com várias centenas de alunos, a cumprimentou num comboio. Quando Martine perguntou aos cole gas como o professor a podia ter reconhecido, eles riram-se e apontaram para o cabelo branco dela.

A primeira vez que decidiu ir para a universidade foi quando se separou do marido. Tinha 58 anos e estava a precisar de reforçar a confiança. «Precisava de provar o meu valor», explica. «Precisava de provar que era capaz. Não trabalhei durante dezoito anos.» Também queria manter o cérebro ativo à medida que envelhecia.

Martine, que vive em Bassins, 40 quilómetros a norte de Genebra, não era propriamente inativa. Trabalhou como enfermeira e depois como assistente social, mas quando se casou o trabalho do marido no Comité Internacional da Cruz Vermelha levou-os a países tão distantes como o Iraque e a Etiópia. Depois do nascimento de Cédric, dedicou-se a criá-lo.

O seu interesse pela Psicologia foi despertado em 1994, quando criou com a mãe uma fundação de beneficência para ajudar crianças com dificuldades de aprendizagem. Vinte e cinco anos mais tarde, enquanto estudava para o mestrado, descobriu o neurofeedback, uma terapia que utiliza diferentes estratégias para modificar padrões de pensamento negativos.

Isso levou Martine numa direção que nunca tinha previsto – tornou-se terapeuta qualificada de neurofeedback. Quando terminou o mestrado, em 2021 – aos 64 anos –, abriu um consultório de Psicologia, utilizando a terapia para ajudar os jovens a melhorarem a sua capacidade de aprendizagem e pessoas de todas as idades a gerirem o stress e a ansiedade.


Quando vê como os pacientes reagem bem, enche-se de uma profunda sensação de realização. Uma estudante do liceu contou a Martine que, graças à melhoria da concentração, as suas notas subiram em flecha. E uma mulher que sofreu de ansiedade grave durante anos ficou suficientemente relaxada após uma sessão de terapia para cantar música no carro pela primeira vez, e não tardou a conseguir gerir o stress e a reconciliar-se com o seu passado conturbado.


«Sempre senti necessidade de ajudar os outros», diz Martine Aeschlimann, atualmente com 67 anos. «Agora, quando vejo os resultados de uma, cinco, dez sessões, fico muito feliz.» 


Ganhar o pão de cada dia 


«Sou uma pessoa incrivelmente curiosa», diz o padeiro artesanal Guillaume Casaux, de 39 anos. «Gosto de descobrir coisas e, ao mesmo tempo, não gosto de ficar apenas pela superfície. Gosto de dominar um assunto.»


A curiosidade inata de Guillaume Casaux foi-lhe muito útil. Quando era mais novo, estudou na prestigiada École Nationale Supérieure des Arts et Industries Textiles, um instituto de ensino superior para engenheiros têxteis, e a seguir obteve um mestrado em Moda e Design na Universidade Lumière, em Lyon. Depois de se formar, trabalhou como engenheiro têxtil para a grande marca de vestuário desportivo Decathlon durante mais de uma década. Adorava explorar as possibilidades de utilização de diferentes materiais. Por isso, os amigos e a família ficaram perplexos quando, aos 35 anos, abandonou o emprego seguro para se tornar padeiro. «Foi visto como uma regressão», refere Guillaume, que vive com a mulher, Chrystelle, e as duas filhas, perto de Handaia, no sudoeste de França. Mas para ele era inteiramente lógico.


Cresceu na região rural da Dordonha, no seio de uma família que era, em grande parte, autossuficiente em termos de alimentação.

«Acima de tudo, viver é comer e beber», afirma. «Foi um valor que 

sempre me foi incutido. Eu queria trabalhar na produção de alimentos.»

O ponto de viragem ocorreu durante o confinamento devido à Covid-19, quando Guillaume Casaux e dois amigos experimentaram cozer massa fermentada. Decidiu deixar a Decathlon e criar uma padaria artesanal, utilizando a sua massa fermentada caseira e farinhas de cereais antigos. Mas em França isso não é tão simples como parece. «Para fazer massa, é preciso ter um diploma», explica Guillaume Casaux.

Inscreveu-se no Certificat d’Aptitude Professionnelle (CAP), uma qualificação profissional do Ministério da Educação francês e obtida por jovens de 17 anos que seguem um percurso profissional em vez do académico. Enquanto estudava a teoria da panificação em casa, desenvolveu receitas e planos para a sua nova empresa.

Foi assim que, no início do verão de 2023, Guillaume se viu num centro de formação nas proximidades de Baiona para fazer um exame de sete horas que incluía a redação de três trabalhos e a confeção de dezenas de pães e bolos. Tinha trabalhado arduamente para aperfeiçoar os seus conhecimentos de panificação. «Não é difícil passar, mas se quisermos uma boa nota temos de praticar», explica Guillaume Casaux, que admite que adora aprender e que gosta da pressão dos exames.

Obteve a qualificação e agora gere uma próspera empresa de panificação, a Mendi Lore, a partir de casa, produzindo três fornadas de pão artesanal de alta qualidade por semana. Prepara a massa num dia e coze-a no dia seguinte, a partir das 05h00, e a seguir entrega os pães nas mercearias e restaurantes locais. Ao mesmo tempo, trabalha como engenheiro têxtil por conta própria. «Sinto que estou no meu lugar», confessa Casaux. «Estou mais cansado agora, mas sinto-me mais realizado.»


De consertar carros a tratar pessoas 

ANDY SIMMONS


Carl Allamby tinha um problema: o seu negócio de reparação automóvel. Tinha-o iniciado com a tenra idade de 19 anos e trabalhava sozinho na garagem de um amigo. Com o passar dos anos, transformou-se em duas oficinas com onze empregados, contudo Carl Allamby começou a ansiar por mais. De início pensou que devia estar relacionado com o crescimento do negócio. Deste modo, aos 34 anos, o residente da cidade americana de Cleveland decidiu tirar uma licenciatura em Gestão de Empresas.


No entanto, deu-se um imprevisto: depois de frequentar as aulas a tempo parcial durante os cinco anos seguintes, Carl foi informado de que tinha de tirar um curso de Biologia para obter o diploma. Para que preciso de fazer Biologia?, pensou.


Afinal, foi o melhor que aconteceu. As aulas de Biologia reacenderam um sonho de infância. «Depois do primeiro dia, lembrei-me de que queria ser médico quando era mais novo», confessa Carl Allamby. «Perdi esse sonho algures no liceu e ao longo da vida. Quando se é jovem, sente-se que se pode ser tudo, mas depois o mundo ensina-nos de forma muito diferente.» 

Tendo crescido num bairro afro- -americano pobre, tinha poucas expetativas e inúmeras barreiras à realização do seu sonho. A escola não ministrava aulas de ciências avançadas que o poderiam ter levado à escola de Medicina. Por isso, deixou de lado a ideia de se tornar médico e optou por uma carreira mais realista – consertar carros. 

Mas foi um Carl Allamby diferente que entrou naquela aula de Biologia aos 39 anos. Estava pronto para viver o seu sonho. Com o apoio da mulher e da família, decidiu rapidamente abandonar a escola de gestão e optar pelas aulas de Ciências de que necessitaria para uma nova carreira como profissional de saúde. 

Tornar-se médico quando estava a aproximar-se dos 50 anos era claramente uma loucura. Em vez disso, achava que devia tornar-se enfermeiro, assistente médico ou fisioterapeuta, como a sua mulher. 

Um dia, o professor de Química na Universidade Estatal de Cleveland interpelou-o depois da aula. «Carl», disse-lhe, «és o mais velho aqui. Qual é o teu objetivo?» 

Carl Allamby respondeu que gostava de se tornar médico, mas que seria mais prático ter um objetivo menos ambicioso. 

«Porque não médico?», perguntou o professor. «Tens muita intuição para o trabalho. Irás longe.» 


Tinha razão. «Foi preciso alguém de fora para me dizer o que eu nem sequer via em mim», afirma Carl. 


E assim, em 2015, Carl Allamby vendeu as duas oficinas e começou a estudar Medicina na Northeast Ohio Medical University, cerca de 70 quilómetros a sudeste de Cleveland. 


Em 2019, com 47 anos, Carl Allamby tornou-se o Dr. Carl Allamby. Completou uma residência de três anos em Medicina de Emergência e trabalha agora como médico de Medicina de Emergência no Cleveland Clinic Hillcrest Hospital, além de ser diretor dos serviços médicos de emergência de um corpo de bombeiros local. 


«Quantas pessoas podem fazer algo tão novo e ter tanto estímulo e responsabilidade numa fase tão tardia da sua vida?», pergunta. «Os meus filhos e a comunidade olham para mim com orgulho.

Enquadro-me em muitos fatores demográficos segundo os quais não devia ser médico. Quer seja por causa da idade, da raça, da educação, da carreira anterior – todas são boas razões para eu não estar aqui. E, no entanto, aqui estou eu.» 


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